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sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

SÍFILIS TRANSMISSÃO E EPIDEMIOLOGIA



A transmissão quase sempre é através do contato sexual, porém pode ser transmitida também da mãe para o feto. Neste caso dá-se o nome de sífilis congénita. A bactéria é móvel e invade a submucosa por micro rupturas invisíveis na mucosa. Afeta unicamente o ser humano. Há cerca de 30 casos por 100.000 habitantes por ano nos EUA e Europa.

Progressão e sintomas

Os sinais e sintomas de sífilis são vários, dependendo do estágio em que se encontra.
Nos Estados Unidos, são informados aproximadamente 36.000 casos de sífilis por ano, e o número atual é presumivelmente mais alto. Seis em cada dez casos informados acontecem em homens.
Se não tratada adequadamente, a sífilis pode causar sérios danos ao sistema nervoso central (SNC) e ao coração. A sífilis sem tratamento pode ser fatal. Se o paciente suspeitar de uma infecção pela doença ou descobre que o parceiro sexual teve ou poderia ter tido sífilis, é muito importante que ele procure um médico o mais cedo possível.

Sífilis primária

A sífilis primária (cancro sifilítico) manifesta-se após um período de incubação variável de 10 a 90 dias, com uma média de 21 dias após o contato. Até este período inicial o indivíduo permanece assintomático, quando aparece o chamado "cancro duro" (apesar de em Portugal e no Brasil a palavra cancro também significar câncer ou neoplasia, trata-se aqui de uma doença infecciosa).
O cancro é uma pequena ferida ou ulceração firme e dura que ocorre no ponto exposto inicialmente ao treponema, geralmente o pênis, a vagina, o reto ou a boca. O diagnóstico no homem é muito mais fácil, pois a lesão no pênis chama a atenção, enquanto que a lesão na vagina pode ser interna e somente vista através de exame com um espéculo ginecológico. Pode ocorrer linfonodomegalia satélite não dolorosa. Esta lesão permanece por 4 a 6 semanas, desaparecendo espontaneamente. Nesta fase a pessoa infectada pode pensar erroneamente que está curada. Ocorre disseminação hematogênica.

Sífilis secundária

A sífilis secundária é a seqüência lógica da sífilis primária não tratada e é caracterizada por uma erupção cutânea que aparece de 1 a 6 meses (geralmente 6 a 8 semanas) após a lesão primária ter desaparecido. Esta erupção é vermelha rosácea e aparece simetricamente no tronco e membros, e, ao contrário de outras doenças que cursam com erupções, como osarampo, a rubéola e a catapora, as lesões atingem também as palmas das mãos e as solas dos pés. Em áreas úmidas do corpo se forma uma erupção cutânea larga e plana chamada de condiloma lata. Manchas tipo placas também podem aparecer nas mucosas genitais ou orais. O paciente é muito contagioso nesta fase.
Os sintomas gerais da sífilis secundária mais relatados são mal-estar (23%-46%), cefaleia (9%-46%), febre (5%-39%), prurido (42%) e hiporexia (25%). Outros, menos comuns, são dor nos olhos, dor óssea, artralgia, meningismo, irite e rouquidão.
Sinais mais específicos ocorrem nas seguintes frequências: exantema (88%-100%), linfadenopatia (85%-89%), cancro primário residual (25%-43%), condiloma plano (9%-44%),hepatoesplenomegalia (23%), placas mucosas (7%-12%) e alopecia (3%- 11%).
Manifestações raras incluem meningite aguda, que acontece em aproximadamente 2% de pacientes, hepatite, doença renal, gastrite, proctite, colite ulcerativa, artrite, periostite, neuritedo nervo óptico, irite, e uveíte.

Sífilis terciária

A sífilis terciária acontece já um ano depois da infecção inicial mas pode levar dez anos para se manifestar, e já foram informados casos onde esta fase aconteceu cinqüenta anos depois de infecção inicial.
Esta fase é caracterizada por formação de gomas sifilíticas, tumorações amolecidas vistas na pele e nas membranas mucosas, mas que podem acontecer em quase qualquer parte do corpo, inclusive no esqueleto . Outras características da sífilis não tratada incluem as juntas de Charcot (deformidade articular), e as juntas de Clutton (efusões bilaterais do joelho). As manifestações mais graves incluem neurossífilis e a sífilis cardiovascular.
Complicações neurológicas nesta fase incluem a "paralisia geral progressiva" que resulta em mudanças de personalidade, mudanças emocionais, hiperreflexia e pupilas de Argyll Robertson, um sinal diagnóstico no qual as pupilas contraem-se pouco e irregularmente quando os olhos são focalizados em algum objeto, mas não respondem à luz; e também aTabes dorsalis, uma desordem da medula espinhal que resulta em um modo de andar característico. Complicações cardiovasculares incluem aortite, aneurisma de aorta, aneurisma do seio de Valsalva, e regurgitação aórtica, uma causa freqüente de morte. A aortite sifilítica pode causar o sinal de Musset (um subir e descer da cabeça, acompanhando os batimentos cardíacos, percebido por Musset primeiramente em si próprio).

Sífilis congênita

Sífilis congênita é a sífilis adquirida no útero e presente ao nascimento. Acontece quando uma criança nasce de uma mãe com sífilis primária ou secundária. De acordo com o Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos, 40% dos nascimentos de mães sifilíticas são nascidos mortos, 40 a 70% dos sobreviventes estão infectados e 12% destes morrerão nos primeiros anos de vida. Manifestações de sífilis congênita incluem alterações radiográficas, dentes de Hutchinson (incisivos centrais superiores espaçados e com um entalhe central); "molares em amora" (ao sexto ano os molares ainda tem suas raízes mal formadas); bossa frontal; nariz em sela; maxilares subdesenvolvidos; hepatomegalia (aumento do fígado); esplenomegalia (aumento do baço); petéquias; outras erupções cutâneas; anemia; linfonodomegalia; icterícia; pseudoparalisia; e snuffles, nome dado à rinite que aparece nesta situação. Os "Rhagades" são feridas lineares nos cantos da boca e nariz que resultam de infecção bacteriana de lesões cutâneas. A morte por sífilis congênita normalmente é por hemorragia pulmonar.

Sífilis decapitada

Chamamos de sífilis decapitada à sífilis adquirida por transfusão sanguínea, já que não apresenta a primeira fase e começa direto na sífilis secundária. Este tipo de transmissão atualmente é quase impossível, já que todo sangue é testado antes de ser disponibilizado aos bancos de sangue. Em termos teóricos é possível admitir que a sífilis decapitada também possa ser contraída por usuários de drogas injetáveis tal como a AIDS. Alguns estudos associam o uso de drogas injetáveis a uma maior prevalência da sífilis no grupo. Esses estudos, apesar de não comprovarem o contágio por seringas contaminadas, permitem supor que os usuários de drogas injetáves constituem um grupo de risco para a sífilis.

Sífilis latente

Estado tipo portador, em que o indivíduo está infectado e é infeccioso mas não apresenta sintomas significativos.

Diagnóstico

Antes do advento do teste sorológico (sorologia de lues ou VDRL – acrónimo inglês para laboratório de investigação de doença venérea), o diagnóstico era difícil e a sífilis era confundida facilmente com outras doenças. O VDRL baseia-se na detecção de anticorpos não treponemais. É usada a cardiolipina, um antígeno presente no ser humano (parede de células danificadas pelo Treponema) e talvez no Treponema, que reage com anticorpos contra ela em soro, gerando reacções de floculação visível ao microscópio. Este teste pode dar falsos positivos, e são realizados testes para a detecção de anticorpos treponemais caso surjam resultados positivos. A espiroqueta não pode ser cultivada e é vista ao microscópio de fundo escuro ou com sais de prata em amostras. Contudo a sua baixa concentração significa que este teste não é útil no diagnóstico, dando muitos falsos negativos.
Identificar o contágio primário da Sífilis é fundamental para o bom prognóstico da doença. Se após 10 a 90 dias de uma relação sexual surgir espontaneamente uma ferida firme e dura na boca, no pênis, na vagina ou no reto, considere uma consulta médica com um urologista ou ginecologista como uma medida importante para a sua saúde. O cancro regride espontaneamente em período que varia de 4 a 5 semanas sem deixar cicatriz que pode induzir o paciente a acreditar que ele está curado, o que não é verdade.
Após o estágio primário, algumas vezes negligenciado pelo paciente ou simplesmente associado como uma consequência natural pelo contato sexual (na falta de informações amplas sobre a doença), a Sífilis entra na fase secundária. Dos pacientes tratados no estágio secundário, cerca de 25% deles não se lembram dos sinais do contágio primário. Nessa fase, diagnosticar a doença é extremamente difícil tanto para o paciente como para um médico. A Sífilis secundária, algumas vezes conhecida como uma doença de mil-faces, pode apresentar inúmeros sintomas comuns a várias outras doenças como febre baixa em alguns períodos, sudorese intensa ao dormir (infecção crônica e manchas avermelhadas pelo corpo. A Sífilis secundária também pode ocasionar episódios esporádicos de erupções ulcerativas na pele, de difícil regressão, episódios de otite, episódios de problemas oftalmológicos, episódios de problemas nos rins e episódios de problemas cardiovasculares que muitas vezes surgem e regridem sem a necessidade de nenhum tratamento específico. Outro sintoma importante são dores de coluna e dores de cabeça frequentes, que podem ser indicativos de um quadro de neurossífilis. Caso muitos dos episódios como os indicados acima sejam concomitante frequentes na sua saúde, novamente considere importante uma consulta médica.
Caso a Sífilis não seja identificada no seu estágio primário (10 a 90 dias) ou no seu estágio secundário (1 a 6 meses, mas que também pode perdurar por anos na sua forma latente ou assintomática), a Sífilis entra no estágio terciário. Nessa fase o diagnóstico é bem preciso mas várias sequelas podem advir da doença.
Um método muito eficaz para o autodiagnóstico de Sífilis e de várias outras Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST's) é sempre estar atento à sua saúde e realizar testes laboratoriais rotineiros. No Brasil, os Centros de Testagem e Aconselhamento (CTA's) permitem aos cidadãos realizar testes laboratoriais gratuitamente e receber informações e aconselhamento sobre as DSTs.
Tratamento

A sífilis é tratável e é importante iniciar o tratamento o mais cedo possível, porque com a progressão para a sífilis terciária, os danos causados poderão ser irreversíveis, nomeadamente no cérebro.
A penicilina G é a primeira escolha de antibiótico. O tratamento consiste tipicamente em penicilina G benzatina durante vários dias ou semanas. Indivíduos que têm reações alérgicas à penicilina (i.e., anafilaxia) podem ser tratados efetivamente com tetraciclinas por via oral.

História

Há duas escolas sobre as origens da sífilis. Uma defende que é uma doença americana trazida por Colombo ou seus sucessores da Américapara a Europa. A outra teoria é que a Sífilis é uma doença antiga do Velho Mundo que sofreu mutações que a tornaram mais contagiosa no século XVI.

As origens da sífilis não são conhecidas, entretanto poderá ter sido documentada por Hipócrates na Grécia Antiga em sua forma terciária. Seria conhecida na cidade grega de Metaponto aproximadamente 600 a.C., e em Pompeia foram encontradas evidências arqueológicas nos sulcos dos dentes de crianças de mães com sífilis.
Outros historiadores acreditam que o T. pallidum terá causado doenças cutâneas como a pinta e a framboesia em medievais na Europa, afecções que eram classificadas erroneamente como lepra, e que esse T.pallidum terá durante o século XVI sofrido mutação convertendo-se no T. pallidum que causa a sífilis. De facto a sífilis surgiu repentinamente no século XVI, e os europeus não apresentavam resistência contra ela, morrendo em números consideráveis e apresentando sintomas abruptos e floridos completamente diferentes dos observados hoje. Com a endemicidade da doença, ambos parasita e ser humano se terão adaptado um ao outro, surgindo gradualmente a sífilis mais moderada de hoje.
Sua transmissão entre soldados de vários exércitos, cursando com lesões de pele, fez com que surgissem os diversos nomes como "mal espanhol", "mal italiano", "mal polonês" etc.
Originalmente, não havia nenhum tratamento efetivo para sífilis. O comum era tratar com guáiaco e mercúrio. Mas foi somente no século XX que efetivamente surgiu o tratamento para a sífilis.
Em 1906 surgiu o primeiro teste efetivo para a sífilis, o teste de Wassermann. Embora tivesse alguns resultados falso-positivos, era um grande avanço no tratamento e prevenção da sífilis. Esta prova permitiu o diagnóstico antes do aparecimento dos sintomas da doença, permitindo a prevenção da transmissão de sífilis a outros, embora não provesse uma cura para esses infetados.
Como a doença foi melhor entendida, tratamentos efetivos começaram a ser procurados, começando com o uso de drogas contendo arsênico - Salvarsan em 1910. Um tratamento experimentado foi o uso da malária; esperava-se que a intensa febre produzida pela malária fosse suficiente para exterminar o espiroqueta. Embora isto deixasse o paciente com uma infecção por malária, considerava-se que era preferível a malária do que os efeitos a longo prazo da sífilis.
Finalmente, estes tratamentos ficaram obsoletos e esquecidos após a descoberta da penicilina e sua difusão depois de Segunda Guerra Mundial, o que permitiu aos médicos pela primeira vez curar a sífilis efetivamente.
Em um dos episódios mais vergonhosos do século XX, de 1932 a 1972 em Tuskegee (cidade do Alabama, EUA), foi realizado um estudo sobre a sífilis. Num atentado contra a ética médica e a moral, neste estudo, um grupo de negros americanos permaneceu sem tratamento para poder ser avaliado o curso natural da sífilis em um grupo, apesar de já existirem medicamentos para seu tratamento efetivo. O polêmico estudo rendeu vários artigos científicos que foram publicados em renomadas revistas técnicas. As questões sobre a ética do estudo foram denunciadas pela repórter Jean Heller do New York Times em 26 de julho de 1972 e em novembro de 1974 foi publicado o relatório final do estudo.
Em 17 de julho de 1998, na revista científica Science, um grupo de biólogos reportou a sequência exata do genoma do Treponema pallidum.

EXAME DE CÂNCER PROSTÁTICO



Exame de câncer de próstata tem grau elevado de imprecisão

11/1/2012


Em 2009, o PLCO já havia relatado que, apesar da triagem anual de PSA, foram detectados mais casos de câncer em grupos de homens que receberam cuidados médicos de rotina e haviam testado para câncer de próstata. Mas naquele ano os investigadores tinham disponíveis exames médicos que acompanhavam cerca de dez anos de história clínica dos pacientes. O problena é que o câncer de próstata pode levar vários anos para se desenvolver, e por isto os pesquisadores continuaram a coleta de dados de histórico médico, mesmo após a apresentação de resultados iniciais.

Em novo estudo publicado no The Journal of the National Cancer Institute, os cientistas revelam que o tempo de acompanhamento adicional não alterou a conclusão geral: o teste normal de PSA não salva vidas e pode levar a tratamentos agressivos, que deixam os homens incontinentes, impotentes ou ambos.

O teste de PSA é recomendado para homens a partir de 50 anos. Ele detecta uma proteína chamada antígeno prostático específico (PSA, na sigla em inglês) e pode identificar a presença de células cancerígenas na próstata. Apesar de cerca de 12 dos casos de câncer terem sido encontrados entre os homens no grupo de triagem, o risco de morrer de câncer de próstata no estudo foi o mesmo para cada grupo, quer o câncer tenha sido detectado através do exame ou porque o paciente desenvolveu sintomas. As descobertas sugerem que o tipo de câncer geralmente detectado por rastreio do teste é de tão lento crescimento que, muitas vezes, é pouco provável que cause lesões, antes que o homem morra de outra causa.

_ Apesar de acompanhamento adicional, não há nenhum benefício em termos de taxas de mortalidade demonstráveis %u200B%u200Bpara homens que tinham passado por testes de PSA, em comparação com o grupo que havia apenas feitos exames de rotina habituais, sem incluir o PSA _ comenta Gerald L. Andriole, principal autor do estudo PLCO deste ano e chefe de urologia da Faculdade de Medicina da Washington University.

Mesmo assim, os resultados não são susceptíveis de resolver o debate em torno do teste do PSA. Muitos médicos argumentam que o julgamento foi falho porque cerca da metade dos homens no grupo de triagem não fez mais de um teste de PSA durante o período experimental, o que torna difícil determinar o efeito real da triagem.

Após a conclusão do estudo, uma análise adicional levantou questões sobre se homens jovens saudáveis %u200B%u200Bpoderiam se beneficiar de testes de PSA. Embora cerca de 300 homens dos 77.000 do estudo tenham morrido de câncer de próstata, o teste parece ter salvo algumas vidas entre homens mais jovens que não tinham outros problemas de saúde como diabetes ou pressão arterial elevada. Enquanto isso, permanece a conclusão geral de que o teste de PSA não gera benefícios. O dr. Andriole disse que pode pedir uma investigação adicional para apurar se os homens mais jovens deveriam ter um valor basal de teste de PSA (um nível de padrão mais rigoroso) ou se certos grupos com maior risco de câncer de próstata, como afro-americanos, ou homens com forte histórico familiar da doença, podem se beneficiar de exames de rotina.

_ Acho que a recomendação é que de que o homem médio faça exames de rotina e tenha acompanhamento médico regular. A triagem em massa provavelmente não é benéfica a todos. Vamos manter a discussão aberta sobre se há de fato subconjuntos de homens que possam se beneficiar do exame de PSA _ avaliou o urologista Gerald Andriole.

Da Agência O Globo

Um dos mais amplos estudos sobre câncer de próstata já feito nos EUA revela que o exame de PSA, comumente usado para prevenção da doença, tem um algo grau de imprecisão e não serve para salvar vidas. Agora, os médicos avaliam se homens mais jovens ou os que estão em risco muito elevado para a doença podem se beneficiar. O estudo foi coordenado pelo American Preventive Services Task Force, um grupo especial formado para analisar os dados. A conclusão foi a de que homens saudáveis não devem mais ser examinados rotineiramente para câncer de próstata, utilizando o antígeno prostático específico, ou PSA, e o exame de sangue. Essa decisão foi baseada em achados de cinco bem-ensaios clínicos controlados, incluindo um grande estudo americano chamado PLCO (abreviatura de próstata, pulmão e colorretal, para rastreio do câncer. Os especialistas analisaram testes de PSA testes em cerca de 77.000 homens, com idades entre 55 e 74 anos.

CÂNCER DE PRÓSTATA


Câncer de próstata será o mais comum entre os homens, aponta o INCA. A grande incidência reforça a importância do exame de rastreamento para a remissão ou cura da doença

Câncer de próstata será o mais comum entre os homens, aponta o INCA. A grande incidência reforça a importância do exame de rastreamento para a remissão ou cura da doença

De 12/01/2012 as 21:00
Células de câncer de próstata.

O Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (INCA) prevê que pouco mais de 1 milhão de brasileiros receberão, nos próximos dois anos, o diagnóstico de câncer no País. Estima-se que os novos casos da doença devam atingir 50,8% dos homens, sendo o câncer de próstata a doença mais comum entre eles.
As estatísticas apontam a necessidade de ações públicas de conscientização em relação à importância do rastreamento e da detecção precoce, de modo a oferecer um melhor prognóstico dos casos identificados. Além disso, o INCA, que há pouco tempo tinha questionado o exame de rastreamento, voltou a ter posicionamento favorável, pois é uma das formas mais eficazes de descobrir o tumor em estágio inicial e, consequentemente, conseguir maior sucesso no tratamento.
“As novas estatísticas devem contribuir para o conhecimento do que é a doença, como podemos tratá-la, além da importância do rastreamento precoce, pois em qualquer tipo de câncer, com um diagnóstico tardio é sempre mais difícil de tratar” comenta o Dr. Anderson Silvestrini, presidente da Sociedade Brasileira de Oncologia (SBOC) em São Paulo.
Tão importante quanto o diagnóstico precoce é a forma de tratamento e, em qualquer que seja o tipo de câncer, é consensual que a doença não precisa estar associada a um atestado de morte. “Com as novas descobertas, tratamentos individualizados de acordo com a linha histológica e drogas cada vez mais avançadas e alvo-específicas, as taxas de remissão ou cura são hoje uma realidade incontestável, ao mesmo tempo em que a qualidade de vida do paciente é cada vez maior”, destaca o Dr. Silvestrini.
Para o câncer de próstata, por exemplo, a medicina conta com alternativas cada vez menos dolorosas que aumenta a aderência do paciente ao tratamento. Uma dessas substâncias é o acetato de leuprorrelina. Comercializado como Eligard® e com aplicação subcutânea (sob a pele), proporciona maior conforto ao paciente. Além disso, a agulha, por ser menor e mais fina, facilita a adesão da leuprorrelina.

AS ANFETAMINAS AUMENTAM OS RISCOS DE DOENÇAS VASCULARES

 


Caso ainda não esteja claro que o abuso de anfetaminas é uma má idéia, mais um perigo relacionado à droga foi adicionado à lista: investigadores relataram que as pessoas que usam muito a substância têm o triplo de risco de desenvolver um “rasgo” na aorta, chamado de dissecção da aorta, a principal artéria que transporta sangue para o coração.
A dissecção aórtica leva a uma dor horrível no peito. Segundo médicos, é uma doença grave, e tamanha a dor que sentem, os pacientes alegam estar morrendo. E podem estar. Sem tratamento, a taxa de letalidade da doença é de cerca de 75%.
Pesquisadores fizeram a varredura de registros médicos de cerca de 31 milhões de pacientes, com idades entre 18 e 49 anos que foram hospitalizados entre 1995 e 2007. 3.116 deles tiveram uma dissecção aórtica. Os pesquisadores também observaram abuso ou dependência de anfetaminas.
Os cientistas calcularam que o abuso ou dependência de anfetaminas representou pouco menos de 1% de todas as dissecções de aorta no banco de dados. Ainda assim, os dependentes tinham 3.3 mais chances de ter uma dissecção.
Embora pareça uma fração pequena, os resultados podem ajudar as pessoas a tomarem decisões mais bem informadas sobre o seu comportamento. Os usuários de drogas têm uma suspeita de que as metanfetaminas são ruins para sua saúde, mas os pesquisadores não acham que os mais novos estão fazendo uma análise de risco-benefício quando começam a usá-la.
Os jovens que aparecem em um hospital com dores no peito muitas vezes parecem demasiado novos para ter um ataque cardíaco, por isso é bom pensar na possibilidade de dissecção aórtica. O abuso das anfetaminas pode ser facilmente detectado por um teste de urina. Já a dissecção exige imagem, como radiografia de tórax ou tomografia computadorizada e outros exames para um diagnóstico claro.
A doença ocorre mais frequentemente em pessoas idosas, com idade média de 62 anos. Nos EUA, registra-se aproximadamente 10.000 dissecções aórticas a cada ano, menos de um quarto em pessoas com menos de meia-idade. Destes, 1% ou menos parece estar associado ao abuso de anfetaminas, de acordo com estes dados. Eles acrescentam que o tabagismo e uso de drogas ilícitas, como cocaína, também contribuem para este risco.
Pessoas com hipertensão arterial crônica têm alto risco de dissecção aórtica. Anfetaminas liberam adrenalina, o que acelera a pressão sanguínea e pode explicar, em parte, o elo entre as drogas e a doença.
Um paciente com dissecção aórtica é tratado com medicação para baixar a pressão arterial e diminuir a pressão sobre a aorta. Muitas vezes, a condição requer cirurgia para instalar um enxerto sintético que substitui o trecho danificado e outras medidas para reparar o rasgo. Os pesquisadores estimam que a taxa de letalidade global de todos os pacientes, tratados e não tratados, é cerca de um em quatro. [ScienceNews]